Estar bem consigo mesmo e os efeitos nos outros

Estar bem consigo mesmo e os efeitos nos outros.

A irritação, o nervosismo, a impaciência, o mau humor, reações agressivas são manifestações típicas de pessoas que influenciadas por ações ou pressões indesejáveis, deixam transparecer nos contatos interpessoais. Tais reações consideradas inevitáveis e muitas vezes incontroláveis, dependendo de sua intensidade ,podem trazer conseqüências maléficas para as pessoas, seja no sentido da própria relação pessoal como na qualidade de vida.

Pessoas acabam sendo taxadas de intolerantes, inflexíveis, impacientes, antipáticas, etc.. e tais adjetivos se tornam permanentes nas avaliações ou percepções de outras pessoas cujo relacionamento é mais estreito.

A origem desses comportamentos tão nefastos para o bem estar físico e mental das pessoas é certamente explicada pela psicologia, a neuro lingüística, a sociologia e talvez até mesmo a física quântica, mas este não é o objetivo deste artigo.

A intenção é abrir um espaço de reflexão para uma tentativa de buscar soluções para evitar a manifestação desses comportamentos, sobretudo num ambiente de trabalho, onde nos deparamos com uma permanente e vigilante avaliação de nossa performance profissional.

A primeira premissa para esta reflexão é que o ambiente de trabalho em qualquer organização é naturalmente pressionador, alguns mais outros menos. O mundo dos negócios, pela sua competitividade e necessidade de sobrevivência contrata pessoas dispostas a enfrentarem e, principalmente, se sobressaírem neste cenário, que na sua essência é pragmático e racional. Assim, de imediato, o individuo tem a livre decisão de permanecer ou não neste tipo de ambiente.

Tomada a decisão de permanecer, lutar por um espaço maior, enfrentar obstáculos de toda natureza, mostrar sua competência e angariar o respeito de todos que o cercam, sem duvida vai exigir deste individuo uma elevada dose de auto controle e auto conhecimento, obviamente, alicerçados nos seus valores e princípios de vida.

O auto conhecimento que vem antes do auto controle, consiste em reconhecer e aceitar deficiências intrínsecas que sabidamente vem interferindo de forma negativa na sua imagem ou desempenho profissional. É comum nos depararmos com pessoas que afirmam de forma intransigente que “não é aquilo que pensam ou dizem que sou”, ou mesmo fecham os olhos e os ouvidos para criticas construtivas ou conselhos relacionados ao seu comportamento pessoal. Acabam-se tornando auto suficientes, julgam-se soberbas e arrogantes no seu trabalho.

Com o auto conhecimento desenvolvido, as pessoas dão um excelente passo para busca de correções de atitudes negativas e que de forma direta ou indireta estão interferindo no seu sucesso profissional. Reconhecendo ou admitindo o fato de que, demonstra facilidade em se irritar, apresenta instabilidade em seu humor, tem reações agressivas, já é um sinal evidente que esta pessoa está aberta para desenvolver a formula para assim não agir diante de seus interlocutores.

Nasce agora o auto controle, que, no caso, é a capacidade de manipular suas próprias reações negativas, transformando-as em positivas, diante de situações desagradáveis ou desconfortáveis. Assim, uma eventual explosão de irritação (auto conhecimento) , pode ser transformada imediatamente e previamente numa reação mais serena ,como por exemplo, uma atitude de compreensão ou aceitação de uma critica. (auto controle).

Lembrando que a inteligência emocional é a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções, tanto as positivas como as negativas, pode-se afirmar com segurança que o auto controle nada mais é do que a pratica desta inteligência.

Uma pessoa que exerce bem o auto controle num ambiente profissional, age ou pensa normalmente da forma seguinte:

  • Demonstra otimismo nas dificuldades
  • Defende a tese de que os problemas existem para serem resolvidos e diante deles age com uma visão de segmentação e não globalização.
  • Encontra explicações racionais para problemas emocionais
  • Aceita e vê a critica como uma excelente oportunidade de auto desenvolvimento
  • Nas crises busca e encontra oportunidades.
  • Vê em si mesma, mais virtudes do que defeitos. (auto estima elevada)
  • Desenvolve mecanismos próprios para eliminar stress (atividade física ou mental extra trabalho).

Um individuo que assim age ou pensa, em situações de trabalho, certamente não tem reações intempestivas ou agressivas, e nem apresenta comportamentos de irritação ou nervosismo diante de outras pessoas. Os efeitos para si mesmo são notórios com influencias imediatas no seu bem estar físico e mental, no baixo nível de stress, na melhoria dos relacionamentos internos, na venda de uma imagem de otimismo e energia e em ultima instancia na própria qualidade de vida.

Para terceiros que interagem com esta pessoa, que tem o seu auto controle desenvolvido, os efeitos são observados no respeito e admiração, na confiança e na ampliação de sua rede de relacionamentos. Como líder, alem do respeito e admiração, esta pessoa estará se beneficiando da lealdade e um maior comprometimento de sua equipe.

Reinaldo Chaguri
Cursou Matemática pela Universidade de S.Paulo , e é Administrador de Empresas pela Universidade Mackenzie. Concluiu MBA em RH na FIPECAFI. É certificado em Coach e Master Coach pelo ICI – International Coaching Institute. Autor do livro Manual Pratico da Remuneração Moderna -Editora LTR  tendo atuado como professor do INPG – Instituto Nacional de Pós Gaduação na area de RH. Fez carreira em Recursos Humanos, chegando a função de Diretor de RH em empresas multinacionais. Atualmente Consultor de RH e Coach na Soulan Recursos Humanos.

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